quinta-feira, 29 de junho de 2017

Maria é toda Bela

“Maria inigualável beleza sem mancha, porque é toda bela”!
(Santo Ambrósio)
          
            “Já bem antes da aurora o Senhor veio ajudá-la e preparou, em santidade, uma morada para si”. (Ant. Liturgia das Horas). Tudo o que de formoso e belo se pode dizer de uma criatura, cantamos hoje à nossa Mãe do céu.
           
            Quase sempre, ao refletir sobre a beleza de Maria, nos deparamos na consideração de suas virtudes humanas e espirituais. Poucas vezes pensamos em sua beleza física.
            Podemos tentar imaginar a pessoa de Maria nos seguintes termos: Como a veriam seus parentes e vizinhos? Uma jovem judia, mas ligada à vontade de Deus, mas não muito diferente das outras da sua idade, e certamente não parecia capaz de obras que mudassem o curso da humanidade.
            Certamente é verdade que Deus quando pensou e criou Maria, o fez adornada das mais excelsas virtudes no humano e no espiritual, também o não se pode duvidar de por nela as mais apropriadas qualidades das belezas do corpo.
            Nós sabemos que Deus quis preparar como Mãe a mais bela das filhas de Israel. Maria a toda bela, a inteiramente bela. Nada feio habita nela. Nada! Nem em sua alma nem em seu corpo. Pelo menos aos olhos de Deus.
            O arcanjo Gabriel o disse claramente: “Encontraste graça diante de Deus”, quer dizer tu encantaste a Deus, o cativaste com a tua beleza. Uma mulher humilde, silenciosa, pura, alegre, crente, preparada para a dor e feita transbordante de amor pela misericórdia do Deus.
            Pequenas pinceladas, mas que já de per si deixam entrever, como em esboço, uma esplendida obra de arte; “todas as gerações me proclamarão bem aventurada!”        
            A beleza de Maria não pode esgotar-se em um livro, em um quadro, nem em uma escultura por geniais que sejam seus autores. É um modelo de beleza que excede o pincel ou cinzel mais dedicado de qualquer artista. Não é obra humana, mas diretamente divina, por que o “Senhor está com ela”. Nas palavras de São Luiz de Montfort: “Maria é o paraíso de Deus, seu mundo inefável... Deus criou um mundo para si mesmo e o chamou Maria”
            Só Deus pode encher uma alma de graça com expressões de Paulo VI, “o espelho nítido e sagrado da infinita beleza, o rosto divino no rosto humano, a beleza invisível em figura corpórea” Podemos presumir, e com toda razão da Mãe que temos no céu. Não é para menos. Temos de nos sentir orgulhosos de sermos de uma mãe. Não deveríamos de nos cansar de contemplá-la e admirá-la, sua beleza é inigualável. Não deveríamos cessar de cantar suas glórias. Temos de proclamá-la sempre ditosa, feliz, alegrando-nos com ela pelas maravilhas que Deus operou em seu favor.
            Com uma mãe assim, não é pouca a nossa responsabilidade de sermos seus bons filhos. Parecermos com ela, imitando-a e procurando obter as suas virtudes que ornamentaram a sua vida. Seria estupendo se pudéssemos dizer com cada um de nós: Este saiu igual à Maria... Porque é humilde, sensível, discreto, puro, alegre, crente e transbordante de amor como o foi Maria.
            No seu plano de salvação da humanidade, Deus determinou que Maria fosse escolhida como Mãe do seu Filho feito homem. Mais ainda: Deus quis que Maria se unisse não só ao nascimento humano do verbo, mas também a toda a obra da redenção que Ele faria acontecer.
            No plano salvífico de Deus, Maria está sempre unida a Jesus. Por esta escolha admirável, Maria, desde o primeiro instante de sua existência, ficou associada ao seu Filho na redenção da humanidade. Apesar de todo pecado que impede este mundo de ser um paraíso, diz Deus, o mal não vai ter a última palavra na vida humana.
            A serpente, representante do mal, vai nos ferir o calcanhar, mas a mulher, representante da humanidade, acabará lhe esmagando a cabeça. Maria é como a nova Eva, nome que parece significar vida, vitalidade, daí a expressão “mãe dos viventes” de quem nascerá uma nova descendência, que é a igreja.
            A proposta do anjo quer que Maria aceite, sem tudo entender que os caminhos misteriosos da força de Deus passem através dela. Maria sabia que o que Deus lhe pediu só poderia ser bom. “Para Deus, nada é impossível”.
            Crer no impossível de Deus é acreditar que a vida humana tem sentido porque o Espírito Santo age na história. Maria acreditou, colocou-se a serviço, e na simplicidade da sua oferta contribuiu para mudar a história.
            Por tudo isso, a maternidade de Maria ocupa na igreja, o lugar mais alto e mais próximo de nós; é o modelo perfeito da igreja, do discípulo de Jesus e de todas as virtudes, aquela a quem devemos contemplar em sua beleza inigualável no nosso esforço de seguirmos a Jesus.